quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Um Estádio que pulsa; Uma torcida que joga os 90 minutos; E um time...

Um time que se deixa incendiar por sua torcida e que não desiste nunca, que não se afoba nos momentos mais adversos e que não tem bola perdida. Um time que está "acostumando bem" o seu torcedor, acostumando o torcedor a ver um São Paulo vencedor e o fazendo SONHAR (e que por favor, se isso for sonho, não me acorde dele tão cedo).

De inicio, peço desculpas pelo texto longo... mas é difícil resumir tudo aquilo que tenho a dizer.

Geralmente faço um texto relatando como foi a partida, o lance a lance, mas isso todo mundo já deve ter lido em todos os sites esportivos, seria "chover no molhado". Hoje será uma analise diferente, de um torcedor que demorou mais de 2h para dormir pois a adrenalina do jogo não deixava, mesmo com todo o cansaço de estar no estádio desde as 6 e pouco da tarde, ainda na aflição em saber se seriam ou não liberadas as arquibancadas móveis, que viu as arquibancadas sendo ocupadas e que com 1 hora antes do jogo já tinha a ferradura lotada, que viu a direção abrir o pavilhão social para o publico geral, pois o estádio estava transbordando de gente, as equipes entrarem e a Mancha fazer uma festa com bateria de fogos e sinalizadores nas arquibancadas, que viu a virada histórica e merecida da equipe que engrenou a 5º vitória consecutiva, no melhor início de campeonato da história do clube.


Antes do início do campeonato, lá no primeiro amistoso contra o Sindicato dos Atletas, eu já havia escrito que o time desse ano fazia o torcedor ter esperanças por um ano bem diferente dos anteriores, em que lutávamos apenas para não cair. Sinceramente, eu esperava um time que lutasse por uma vaga entre os oitos, quem sabe a vaga da série D. Quando saiu a tabela todos alertavam: "temos que fazer uma gordura até a 5ª rodada, ganhas todas em casa e buscar um empatezinho fora contra os adversários, pois da 6ª a 9ª rodada temos só pedreira".

Bom, passadas 6 rodadas, tu quer pedreira maior do que encarar o São Paulo no Aldo Dapuzzo?
Tu quer pedreira maior do que enfrentar 5, 6 mil torcedores (isso porque não cabem mais) ali nos pavilhões e na ferradura, empurrando o time e fazendo pressão no adversário os 90 minutos de partida?
Tu quer pressão maior que enfrentar um time que está com um preparo físico de dar inveja (mais uma vez palmas pro professor Ricardo Cunha) e que não teve nenhuma lesão muscular durante o campeonato, mesmo jogando sempre com muita intensidade?
Tu quer pressão maior do que enfrentar um time que tem um posicionamento tático que anula a equipe adversária (palmas para nosso comandante Hélio Vieira), sai para o ataque com uma rápida transição, além de uma bola aérea que causa terror a qualquer defesa adversária?

O São Paulo voltou a impor respeito contra os adversários, o Dapuzzo voltou a ser temido e o time... ah esse time... fazia tempo que não víamos uma equipe dessa com tamanha qualidade técnica aliada a uma disciplina tática e uma "vontade de vencer", além de um comando técnico que tem o grupo na mão. Assistindo ao jogo na tela próximo a bandeirinha de escanteio, um senhor de idade ao comemorar o gol, com os olhos quase lacrimejando me disse: "Esse é o melhor São Paulo desde o tempo do Guedes".



Se formos levar em consideração a campanha e essa arrancada inicial, o time de hoje tem resultados melhores que as equipes do Guedes, pois são 5 vitórias consecutivas, algo nunca antes conquistado pelo clube em campeonatos gaúchos até onde se sabe. E ontem o São Paulo, da folha salarial de 114 mil reais, jogou de igual para igual contra o "poderoso" Gremio, que tem uma folha de 6 milhões. Jogou com a bola no chão, pressionou a saída de bola, usou da bola aérea mas sem fazer "chuveirinho", sempre em bolas trabalhadas ou em escanteios/faltas e mesmo atrás do placar por 2 vezes, o time não se afobou. Lutou, lutou muito e teve os méritos pela vitória pois jogou mais que o Grêmio, ganhou na bola. Não importa se a defesa do Grêmio falhou nesse ou naquele gol, pois existe mérito do jogador rubro-verde de acreditar sempre, em todas as bolas, não desistir nunca e só deixar de correr e lutar quando o arbitro apina o final da partida.

Júlio Abú foi um monstro, infernizou a defesa tricolor, quase fez um golaço com a bola explodindo na trave e fez um inesperado Gol olimpico. Foi o craque da partida acho que por todas as rádios.

O setor defensivo foi quase perfeito. Fernando Pinto não conseguiu afastar a bola que deu origem ao primeiro gol do Grêmio, é verdade, mas fora isso ele foi um gigante em campo e pra mim é o melhor zagueiro do campeonato nessas 5 rodadas. Asman também foi um gigante e tem formado uma grande dupla de zaga. Nas laterais, Romano e Raulen tiveram bastante trabalho no setor defensivo mas tiveram uma entrega fantástica, não abdicando do apoio quando necessário. Raulen no final do jogo se arrastava em campo, mostrando o quanto correu e deu a vida em campo na partida. Sem falar em Deivity que novamente fez uma baita partida passando segurança ao setor defensivo.

No setor de contenção, quero primeiramente pedir minhas sinceras desculpas a um jogador: Tiago Correa. Eu admito que "cornetei" a sua contratação no inicio da temporada nas redes sociais, baseado naquilo que ele apresentou ano passado quando jogava de articulador, e o Renan Mombarack em uma postagem do facebook me respondeu: "ele é um jogador que a gente confia. Esse ano vamos ter pré temporada e tu vai ver que o rendimento dele vai ser outro, confia na gente, dá esse credito pra gente e depois nos cobra". Esse ano como volante, começou os primeiros jogos não me convencendo muito, porém nas duas ultimas partidas contra VEC e Grêmio ele jogou o "fino da bola", desarmando bem e distribuindo o jogo, saindo com velocidade para o ataque, sendo premiado nessa partida com um baita gol. Henrique dá a sustentação necessária para a nossa zaga, é o cão de guarda rubro-verde. E Guto Dresh é aquele cara que aparece em todos os cantos, defendendo e auxiliando no setor ofensivo.

Athos não apresentou o melhor futebol ontem, mas ele é fundamental para essa engrenagem com a sua capacidade técnica e uma grande liderança dentro do grupo devido a sua experiência. Pilões é aquele cara que prende os zagueiros, que não desiste de nenhum lance, oportunista e goleador, um terror pra defesa adversária na bola aérea. Goiano ontem foi cirurgico no jogo, no primeiro toque na bola fez o gol e depois usou da catimba para provocar a expulsão do Edinho. Anderson que já fora importante com o gol contra o Lajeadense, ontem outra vez foi fundamental na vitória pois deu novo gás a equipe quando substituiu Athos, e Faiska manteve o mesmo ritmo de marcação no meio.


Enfim, agora é a hora de encarar o clássico regional contra o Brasil de Pelotas no sábado, um jogo difícil, traiçoeiro, pois o Brasil vem mal na tabela e querendo de qualquer forma se recuperar. Temos uma "toca" a tirar, já que não os vencemos desde 2013 naquele jogo histórico do Acesso no Dapuzzo.

Mais uma vez o time precisa da força do torcedor na arquibancada. E nós torcedores, sabemos que os cara lá dentro correspondem, levam a nossa energia pra dentro do gramado e não desistem nunca. Essa vitória contra o Grêmio foi a maior prova disso.
A cada vitória, o sonho da vaga a série D vai ficando cada vez mais próximo, hoje temos 9 pontos de vantagem sobre o primeiro concorrente. E quem sabe a gente não passe a sonhar mais alto? quem sabe uma final de Gauchão?
Eu diria que esse não é um sonho impossível, pois se continuar nesse embalo, vai ser difícil segurar o leão

William Rocha - Colaborador do Rio Grande Esporte Mais













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