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sexta-feira, 17 de março de 2017
A dura realidade rubro verde
Sempre costuma me posicionar a respeito dos times do Sampa. Esse ano demorei um pouco mais, esperei mais jogos, pois não tinha visto amistosos.
A respeito do time que o Sampa formou vou falar sucintamente: Time mediano. Elenco fraco. Do meio para trás é aceitável. A parte ofensiva é muito aquém das expectativas. Não cair vai ser ótimo levando em conta a qualidade do elenco.
Mas esse é só o gancho para falar mais amplamente do Sport Club São Paulo como um todo no decorrer dos últimos anos.
Desde aquele jogo mágico que levou o rubro verde de volta a primeira divisão que as coisas pareciam que iriam mudar de patamar. Veio campanhas boas no Gauchão e a Série D. De fato a instituição voltou a ter grande notoriedade no cenário gaúcho e melhorou a visibilidade no cenário nacional.
Porém, mesmo na elite do futebol gaúcho e na série D, dentro de campo o São Paulo não está conseguindo subir de patamar. Infelizmente não está.
Todos sabem, e vem lá de dentro do clube a informação, que a falta de recursos financeiros para fazer futebol. Que o clube carece de sócios, que não tem um patrocinador que injete grana e tal. Também é de conhecimento público que a direção trabalha arduamente, mas com o que na linguagem futebolística de "política pés no chão".
Por outro lado, Cruzeiro, Zequinha, Novo Hamburgo e Veranópolis não tem mais sócios que o Sampa, tenho absoluta certeza. E também são times com menos tradição que o leão, que tem na galeria de troféus um título de Campeonato Gaúcho.
E agora chego no cerne da questão que venho levantar: Será que o torcedor rubro-verde vai precisar se contentar com o time disputando o gauchão apenas para não cair todo santo ano?
Pode ser doloroso, mas é a mais dura realidade. O São Paulo dificilmente consegue trazer jogadores de primeira linha no futebol gaúcho e quando consegue não tem poder para segurar por muito tempo. E praticamente um time por ano, quiçá por semestre.
Por mais criatividade que os dirigentes tenham, é preciso ter grana para fazer futebol. Não que a grana resolva todos os problemas. Prova está que o Sport Club Internacional que é o adversário de amanhã tem muito mais dinheiro que a metade dos clubes da Série A do brasileirão e esse ano vai jogar a Série B nacional, por conta do rebaixamento em 2016. Contudo, a probabilidade é muito maior de ir melhor com dinheiro em caixa para contratar, pagar despesas, ter melhor estrutura etc.
Todavia, não vejo como se fazer futebol todo ano baseado na criatividade. Se a realidade do clube é a externada para o torcedor, hoje o time ainda estar na primeira divisão é um ato de heroísmo da direção. Mas por mais quantos anos vão conseguir ser heróis? Vale a pena entrar todo ano apenas para não cair?
Essas perguntas ficam para cada um responder. O que posso dizer é que o clube tem uma das maiores e mias fiéis torcidas do Interior. Que luta pelo clube com unhas e dentes e consegue ir a todos os jogos que o time faz fora dos seus domínios. Creio que só as torcidas de Brasil de Pelotas e Juventude
podem ser comparadas a do São Paulo. E vale ressaltar quando o time corresponde em campo a comunidade também vai ao estádio.
Mas não é só a torcida e a comunidade que merecem um São Paulo mais forte. O futebol gaúcho merece. Pelo menos vejo assim. Pois dá para contar nos dedos os times do Rio Grande do Sul que tem força da torcida, estádio próprio e tradição.
Por fim, seria muito mais fácil esperar os resultados para falar. Estou propenso a chuvas e trovoadas em caso de vitória do Sampa amanhã no Beira-Rio. Espero queimar a língua e ver o time indo longe neste gauchão. Mas é mais justo antes do fim do campeonato dizer a verdade. Embora o time esteja em zona de classificação, a qualidade e o futebol desempenhado são de equipe para brigar tão somente contras o rebaixamento.
Por Fabrício Marques
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